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13/11/2011

Matéria Aquarismo Diário da Região

Incentivo ao Aquarismo - Matéria no Diário da Região.
› Paixão aquática
São José do Rio Preto, 13 de Novembro, 2011 - 1:50
Aquários são ‘vício’ na vida de alguns rio-pretenses

Elton Rodrigues

Guilherme Baffi
Beleza dos peixes, dos corais e a tranquilidade que trazem aos ambientes transformam os aquários em verdadeiro vício; custo pode variar de R$ 18 a R$ 20 mil
Motivados pelas beleza dos peixes, corais e a tranquilidade que trazem aos ambientes, rio-pretenses investem nos aquários como uma mistura de hobby e animais de estimação. No apartamento do funcionário público Rommer Bérgamo, 59 anos, um aquário marinho repleto de corais e peixes coloridos é o ponto de tranquilidade dos moradores. Todos os finais de tarde, após o trabalho, o funcionário reserva um tempo para observar a vida marinha. “Tenho um pedaço do oceano dentro de casa. Fico observando os peixes e os corais e isso me proporciona paz em meio a vida agitada que levamos”, disse. 

Bérgamo comprou um pequeno aquário a pedido da família depois que mudou-se para um apartamento na região sul da cidade e ficou impedido de possuir outros tipos de animais de estimação, como cachorros e gatos. Porém, ele confessa que se apaixonou pelo novo hobby: o aquarismo. “Depois que ele comprou o primeiro, logo ele trocou por um maior porque não cambiam mais peixes e corais. Agora ele está querendo um maior ainda”, diz a dona-de-casa Ana Idalina Bérgamo, 54 anos, esposa de Rommer. 






Guilherme Baffi
A pequena Flávia Kaiser sempre pede para ‘visitar’ o aquário da clínia do pai Kaiser Júnior


O investimento feito até agora foi de cerca de R$ 20 mil, com equipamentos para filtragem, temperatura da água, além dos peixes, entre eles um peixe Palhaço, que custa em média R$ 70, conhecido pelos crianças e adultos devido ao filme infantil “Procurando Nemo”. Ele possui também um Blue Tang, ou Cirurgião-Patela, o peixe azul conhecido como Dory no mesmo filme. 

Um aquário marinho é atração na clínica do cirurgião Roberto Luiz Kaiser Junior. Com 750 litros de água e oito peixes, as cores dos exemplares e a beleza dos corais chamam a atenção de pacientes e pedestres. Entre os peixes, no aquário dele, existe um peixe-cirurgião, que leva este nome porque possui, na base da cauda, um espinho que pode cortar como o bisturi de um cirurgião. “Esse não poderia deixar de ter porque tem tudo a ver com minha profissão”, diz o médico.

Uma das admiradoras do aquário é filha de Kaiser Junior, Flávia Kaiser, 2 anos. Todos os finais de semana ela pede ao pai para ir alimentar os peixes. “Ela adora. Sempre que falo em sair aos finais de semana ela quer passar na clínica para dar comida para eles. Os peixes são mansos e vem comer na mão”, explica o cirurgião.

Guilherme Baffi
Rommer Bérgamo tem um aquário marinho com corais e peixes


Nem tão colorido como um aquário marinho, mas com peixes raros e intrigantes o criador de animais Thiago Henrique Duenhas, 24 anos, tem um aquário de água doce que também se destaca pelo tamanho: 2,5 metros de largura, 80 centímetros de altura e 70 centímetros de largura. Todo o material e peixes custou R$ 8 mil, investimento menor que de um aquário marinho porque exige menos aparelhos de filtragem e manutenção. 

Entre as espécies exóticas de Thiago está um Pypterus endlicheri, peixe pré-histórico originário da República do Congo, que tem a aparência de mini jacaré. Também é possível visualizar dois spotted gar filhos, da Flórida (EUA), que na natureza podem chegar a 1,2 metro, indicado somente para aquaristas com muita experiência. A paixão começou quando ele tinha 19 anos, ao ver um peixe exótico em um documentário. 

Depois disso, se aperfeiçoou no assunto e chegou a trabalhar no ramo. “Sempre gostei de peixes, mas quando vi que existiam muitas espécies exóticas que ainda conhecia, fiquei bem interessado e não parei mais de aprender”, revela. Hoje, o aquário do criador de animais ocupa parte de uma sala de estar e é a atração da família. 


Edvaldo Santos
Thiago Henrique Duenhas tem aquário de água doce em casa com peixes raros e caros
Manutenção pode chegar a R$ 100

Manter um aquário marinho exige uma série de equipamentos e cuidados. A água tem de estar na temperatura de 26º C, por isso é preciso um resfriador e um aquecedor. Outra necessidade é um purificador de água. No aquário do cirurgião Roberto Luiz Kaiser Junior, além desses equipamentos, um aparelho que simula ondas está instalado no interior dos vidros. Para parecer ainda mais com a realidade, o sistema de iluminação é composto por seis lâmpadas, duas delas que agem como luz natural durante o dia e outras quatro que imitam o sol, desde o amanhecer até o anoitecer. “Também é preciso trocar 60 litros de água todas as semanas”, diz o médico. O espaço conta ainda com sistema de gerador, que consegue manter o aquário por dois dias em caso de falta de energia elétrica. 

Nos aquários de água doce o sistema é um pouco mais modesto e não requer apenas os filtros para oxigenação, limpeza e reposição de água. A manutenção de ambos os tipos de aquário varia de R$ 30 a R$ 100, dependendo do tamanho. Antes de montar, porém, é preciso consultar um especialistas para não ter problemas, como a morte precoce dos peixes. “Tem variação de acidez da água. O ideal é colocar peixes da mesma espécie. Com isso, proporciona-se maior qualidade de vida para os peixes. Quando há um aquário comunitário, nenhuma das espécies costuma viver em bom estado”, diz o aquarista Paulo Toshio Yamagui. 

Outra preocupação é com relação ao espaço. Uma regra básica é para cada centímetro de peixe um litro d’água. “Tem de considerar o tamanho do peixe adulto, com exceção do kinguios, que é um centímetros para cada 4 litros”, explica Yamagui. Na manutenção é preciso tirar um terço da água a cada 15 dias e repor com água sem cloro, além de troca o refil do filtro uma vez por mês. “O aquário tem de estar semelhando ao ambiente, se você tirar toda a água mata a biologia do aquário”, explica a aquarista Tainá Guimarães Nogueira, 22 anos. 

A especialista aconselha ainda para quem for começar a montar um aquário de água doce pesquisar sobre o tema, comprar livros especializados ou fazer parte de grupos de discussão na internet. “A pessoa tem de começar a entender a biologia do aquário. Em um aquário marinho então, ela tem de entender tudo o que acontece dentro do mar e isso é mais complicado”, diz ela. 




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